Da fagulha de esperança ao balde de água fria- o início da SAF do Botafogo.

Por André Courel - Locutor e Jornalista Esportivo, Pós Graduando em Direito Público.

Da fagulha de esperança ao balde de água fria- o início da SAF do Botafogo.

Quando pensamos na torcida do Botafogo, como nós adjetivamos? Loucos, supersticiosos, românticos, mas acima de tudo a torcida do Botafogo é apaixonada demais por seu clube. Uma torcida singular.

A torcida alvinegra, certamente foi a que mais apanhou nos últimos anos. A gestão temerária foi aliada com rebaixamentos e falta de títulos expressivos, o único dos rivais com 27 anos de jejum nacional. Apesar de apanhar por 27 anos ininterruptamente, a torcida jamais abandonou o clube. Então, apaixonados. A paixão ficou adormecida em 2020 e 2021, por força de pandemia, mas mostrou sua força no fim da série B, mas faltava algo, uma fagulha.

Em 2022, o estadunidense Jhon Textor foi essa fagulha, que incendiou a pradaria e alastrou reacendendo de forma feroz a paixão, nos corações alvinegros. É hora de botar fogo!. O norte-americano, veio com seu estilo fanfarrão e aos poucos conquistou essa torcida tão desconfiada, que o acolheu e o transformou em uma espécie de "co-fan", então era mais um dos gauleses a defender nossa amada cidadela.

O "gringo" conquistou a torcida, ganhou uma disputa de treinador contra o Corinthians, pagou 30 milhões no PK e ao todo são R$ 70 milhões em contratações. O "chief" colocou canhões de labareda, eventos para crianças, pintura no rosto, mostrou a habilidade dos americanos de transformar tudo em uma "experiência", nisso eles são bons. A torcida supersticiosa e desconfiada ligou o modo loucura e abraçou todo o projeto.
O Botafogo claramente teve avanços, principalmente estruturais, mas torcida não vai ao estádio comemorar balanço e nem centro de treinamento e sim vitórias e nesse ponto, o Botafogo se complica. O "Jhon Tex", muito prometeu e pouco fez, Cavani, De Lá Cruz, Romero, mas a realidade são Sauers e Piazons.

O trabalho de Luis Castro é péssimo, são três meses de trabalho e além de não conseguir os resultados, o futebol não evoluiu. Castro tem um estilo próprio, ele o Dinizismo, com pitadas de arrogância e alto salário. O "mister" alvinegro também parece perdido, na coletiva ao citar "jogadores de serie B", usou Kanu e Gatito como exemplo, mostra o despreparo e o desconhecimento do elenco.

A derrota para o Goiás poderia não ser um problema, mas se fosse de outra forma. Faltou tudo, qualidade, variação tática, mas principalmente raça. O time decepcionou os mais de 30 mil botafoguenses novamente e um jogo que claramente era de festa, pode se tornar um pesadelo.

O "co-owner" do mais tradicional, conquistou e animou os seus "sócios" desde sua chegada, fez o que parecia impossível e transformou os 7 mil de sempre em 30 mil. Mas será que continuará assim? Na minha opinião perdeu a torcida.

Lembram que eu disse que a torcida do Botafogo era singular? Talvez a pior característica é achar que tudo vai dar errado. Jhon, nas próximas manifestações seja Franco, diga que a luta é contra o rebaixamento e que grandes jogadores somente vão vir em dois ou três anos, pois essa torcida já se machucou muito e não merece mais ser sacaneada, enganada ou magoada. Acorda gringo!

Por Futebol e Sociedade se discutem em 09/06/2022
Aguarde..