Famílias de refugiados Indígenas Venezuelanos Warao são artesãos no Munícipio de Nova Iguaçu

Famílias de refugiados Indígenas Venezuelanos Warao são artesãos no Munícipio de   Nova Iguaçu

Em uma Escola Abrigo, localizada no Parque Estoril, desde 2020, em meio à pandemia de Covid, chegou à cidade de Nova Iguaçu, um grupo familiar de indígenas venezuelanos, composto por adultos e crianças, sendo, três delas nascidas em solo brasileiro.
São indígenas refugiados, de etnia Warao, povo originário da região do Delta do Amacuro, Venezuela.

Sua língua materna é o Warao. Mas, no Brasil, a comunicação se dá pelo uso do  Espanhol, isso porque muitos adultos falam em espanhol e compreendem o português com certa dificuldade, assim como as crianças.

Sabe-se que grande parte desse povo morava às margens do rio Orinoco, em pequenas comunidades de palafita (Hanoko).

Mas, infelizmente, estes foram obrigados a se deslocar de seu território por conta do desmatamento das florestas e o assoreamento dos rios, deve-se também, pela crise política e humanitária da Venezuela. Nesse contexto, começou a existir um crescente processo migratório, e, Nova Iguaçu recebeu este grupo.

Linha Direta da Venezuela para Nova Iguaçu.

Para enfrentar a fome, as mulheres começaram a trabalhar como pedintes nas ruas da cidade, na cultura Warao, o ato de pedir dinheiro é uma forma de trabalho. Para eles, este é meio de sobrevivência, mas muitos não compreendem e os julgam, discriminando-os, e este é um ponto de tensão e conflito cultural.

Como enfrentavam dificuldades, buscaram melhores condições de vida em muitos estados do Brasil, como Manaus onde moraram na rua, dentro de uma cabana, por aproximadamente uma semana, depois foram levados para um abrigo no capital Amazonense, lá ficaram por 7 meses. Após esse período, foram morar de aluguel, mas como o grupo era composto por muitos membros, foram retirados da casa pelo locatário. Após tentarem várias vezes dinheiro para voltarem para Venezuela sem sucesso, aceitaram a ajuda humanitária e foram morar em uma casa cedida por uma igreja em Japeri.

Mas, pouco tempo depois, a casa foi pedida e o município alegou não ter condições de acolher aquele grupo. 
Assim, os mesmos foram abrigados no município de Nova Iguaçu. Começou então o atendimento básico a eles, com apoio da ACNUR (Agência da ONU para Refugiados). Eles foram abrigados em uma escola desativada, que se tornou o abrigo provisório desta família, no bairro de Parque Estoril.
Ano passado, a Cruz Vermelha Brasileira de Nova Iguaçu, também colocou a ajuda humanitária para dar apoio ao grupo, levando produtos de higiene pessoal.
O cacique responsável pelo grupo de índios Venezuelanos, tem reclamado das dificuldades de acesso aos poderes públicos. Muito foi prometido, mais pouco foi feito, afirmou o "Chefe."

Desde que chegaram a este abrigo em Nova Iguaçu, eles ainda continuam aguardando apoio, e suas fontes de trabalho são nas ruas, como pedintes, o artesanato na cultura Warao é uma marca importante, eles são exímios artesãos.

Em sua terra, o artesanato é feito com a palha do Buriti, denominada por eles como a árvore da vida. Mas, no município em que residem, não há essa matéria prima. Então, o grupo se reinventou e adaptou o seu artesanato, usando miçangas, linhas e palha da costa (vendidas em casa de matriz africana. O artesanato produzido e comercializado na feira dos artesãos da cidade e o meio de subsistência desse grupo.
Os indígenas continuam aguardando uma posição das autoridades.

Fonte: Fotos Google

 

Por Coluna Arinos Monge em 10/03/2023
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