Luz, água e vergonha na cara.

Início do ano de 2023 é marcado pela indignação da população em função da má qualidade dos serviços prestados pelas concessionárias de serviços básicos.

Luz, água e vergonha na cara.

Há um mês inaugurei esta coluna falando da Enel, concessionária de energia elétrica que deixou às escuras milhares de moradores e turistas do interior do nosso estado durante o feriado de carnaval, e de como sofrer com a péssima qualidade de serviços básicos parece ser a nossa sina, não importando quem, se público ou privado, é responsável por entrega-los aos nossos lares.

Em relação à energia elétrica, salvo uma ou outra localidade, estamos todos, aqui na região serrana do Rio, sob a tutela da Enel, arrematadora do espólio da, nada saudosa, CERJ e uma das campeãs absolutas de reclamações em todo o estado.

Porém, quando tratamos dos serviços de água e esgoto, a coisa se complica. Só aqui na região serrana, por exemplo, de cidades que fizeram seu próprio processo de terceirização àquelas que aderiram, em 2021, ao leilão estadual da CEDAE e, ainda, cidades que ficaram pra trás em ambas as frentes, como é o caso de Teresópolis, e ainda têm seu serviço de abastecimento sob a batuta do poder público, têm-se de tudo um pouco.

E, a verdade, é que há motivos mil para ter opinião contrária a praticamente todas as opções escolhidas por todas as cidades do nosso estado.

Como não dar razão afinal ao morador de um município que fez seu próprio processo de concessão dos serviços e não recebeu nenhuma melhoria na qualidade?

Ou como não concordar com aquele que, após seu município aderir ao leilão estadual, de lá para cá, a única mudança ocorrida foi o aumento da tarifa?

Por outro lado, como não defender uma mudança de rumos nas cidades em que os serviços da CEDAE (ou o que sobrou dela), continuam os mesmos, com seus históricos desabastecimentos?

Mas, se todos os caminhos levam ao fracasso, será então que a nossa sina é sofrer com a má qualidade destes serviços?

Não exatamente pois, embora raros, há no país exemplos de que a coisa pode, sim, funcionar, tanto sob a gestão pública ou privada. Pois mais importante que saber quem vai gerir a coisa é saber conduzir o processo, do planejamento à fiscalização, e ter a consciência de que o único objetivo que pode existir neste caso, é garantir o melhor serviço à população.

Por Leonardo Vasconcellos - A Voz da Serra em 14/03/2023
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