Serrana testemunha cooperação China-Brasil no combate à Covid-19

Serrana testemunha cooperação China-Brasil no combate à Covid-19

Recentemente, a pequena cidade Serrana ganhou visibilidade na internet e atraiu a atenção de diversos países. A cidade paulista virou fonte de notícia não só na imprensa brasileira, mas também nas imprensas internacionais, como o Wall Street Journal. Qual teria sido o motivo?
Com a vacinação maciça dos seus cidadãos com vacina chinesa, Serrana se torna a primeira cidade brasileira a ser completamente imunizada contra a Covid-19.
Devido às altas taxas de contágio registradas, o município de 46 mil habitantes foi selecionado para integrar o “Projeto S”, conduzido pelo Instituto Butantan para testar a efetividade da vacina Conoravac. Em 17 de fevereiro, o imunizante começou a ser aplicado em grande escala na cidade, com exceção de menores de idade, gestantes, portadores de doenças crônicas e indivíduos com outras contraindicações. 
Já no dia 11 de abril, 98% da população-alvo já havia sido vacinada. Como resultado, as estatísticas passaram a contrastar com os dados do restante do país: em abril, a taxa de contágio no Brasil havia caído 24% em comparação com o pico de março; no mesmo período, em Serrana, a queda foi de 66%, e quase todos os novos casos foram leves. A partir de maio, foram zeradas as internações por Covid-19. 
Com isso, Serrana ficou conhecida pela imprensa como a “cidade da ciência” e a “capital da vacina”.
A imunização maciça com a Coronavac, trouxe nova vida e dinámica à cidade e, gradualmente, fez a rotina voltar ao normal. Arlene, 49 anos, estava contente porque finalmente poderia passar o Dia das Mães ao lado de sua mãe, seus três filhos e seus netos: “É uma sensação de esperança, de que vai mudar”. 
A vacinação também impulsionou a economia local. Muita gente queria mudar-se para morar lá, fazendo com que os imóveis locais ficassem muito procurados. Restaurantes, hotéis e pontos turísticos já registram um movimento visivelmente maior. De acordo com a prefeitura, 28 empresas dos setores têxtil, metalúrgico, alimentício e de comércio já manefestaram interesse de investimento junto ao poder público, com a previsão de gerar 500 postos de emprego. Os moradores de Serrana dizem que a cidade parece ter virado um “paraíso”, graças à vacina chinesa, que salvou as pessoas do desemprego, do medo e da morte.
Após o surto inicial da Covid-19, medidas rigorosas adotadas pelo governo chinês conseguiram conter a propagação da pandemia, o que permitiu a retomada da atividade econômica num período relativamente curto. Ao mesmo tempo, a China vem cooperando com países e organizações internacionais como a OMS no combate à pandemia. Em maio de 2020, o presidente Xi Jinping afirmou que, com a conclusão de pesquisa e desenvolvimento sobre a vacina e o início de sua aplicação, o imunizante chinês se tornará um bem público mundial, e será uma contribuição da China para garantir a disponibilidade e o preço acessível da vacina nos países em desenvolvimento.
Até o presente momento, a China já auxiliou mais de 80 países e 3 organizações internacionais com a vacina, exportou o imunizante para mais de 50 países e estabeleceu parceria de pesquisa e produção da vacina com mais de 10 países. O sucesso de Serrana em controlar a pandemia é um retrato da cooperação sino-brasileira no combate à Covid-19. 
A vacina utilizada nesse projeto foi a Coronavac, trazida ao Brasil por um acordo da Fase III de ensaios clínicos, firmado entre a empresa chinesa Sinovac e o Instituto Butantan em junho de 2020. As duas partes também estabeleceram uma ampla parceria em licenciamento de tecnologia, autorização de uso e comercialização da vacina, para que a vacina beneficie toda a população brasileira. Os dados mostram que 95% das vacinas e insumos recebidos pelo Brasil provêm da China e são suficientes para atender 60% dos grupos prioritários na fase emergencial. A Coronavac, sozinha, responde por 84% das vacinas aplicadas total no país. 
A China está disposta a continuar a trabalhar junto com o Brasil e os demais países para enfrentar a adversidade e aprofundar a parceria em vacina e em outras áreas. Com isso, daremos nossas contribuições para superar a pandemia o mais cedo possível e construir uma comunidade de futuro compartilhado para a saúde da humanidade.

Por Wang Shilian, Vice-Cônsul do Consulado Geral da China no Rio de Janeiro

Por Ultima Hora em 17/05/2021
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