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As declarações do Secretário Nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubo, que não classificou as facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas, deixou os parlamentares espantados com a falta de sensibilidade do secretário.
O presidente da Frente Parlamentar Intelectual e Combate a Pirataria, deputado Julio Lopes (PP), lamentou as declarações do secretário e destacou que a sociedade brasileira está sob verdadeiro ataque do crime organizado contra a cidadania, principalmente na área econômica e de combustíveis, que deve ser investigado e apurado com todo o rigor pela Polícia Federal e pela própria Secretaria Nacional de Segurança.
- Essa posição do secretário Sarrubo não tem nenhuma razoabilidade, já que dizer que o PCC e o CV não são organizações terroristas e de não terem uma ideologia não condiz com o que vem ocorrendo pelo país, principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo. Está mais do que claro que esses grupos tem a ideologia de dominação de território e de capital financeiro; inclusive é de conhecimento do secretário que no Rio de Janeiro milhares de quilômetros do estado estão sob o domínio do tráfico e das milícias, com a proliferação de barricadas e fossos inundados de óleo diesel que são incendiados para impedir o avanço das forças policiais, isso em minha opinião é mais do que terrorismo - disse indignado.
Outra forma de terrorismo promovida por essas organizações criminosas e lembrada pelo parlamentar, foi o fato recente onde traficantes do Complexo de Israel, em Cordovil, na Zona Norte da cidade, dispararam em direção aos veículos e população civil indefesa que passavam pela Av. Brasil para proteger seus membros e impedir a investida das polícias civil e militar, fazendo feridos e vítimas fatais.
Organizações criminosas usam ações terroristas no setor de distribuição de combustíveis
Mais de 1100 postos já estariam sob controle do PCC, sendo 30 deles aqui no Rio de Janeiro
Uma nova estratégia vem sendo utilizada pelo crime organizado para a lavagem de dinheiro no país. De acordo com informações da Polícia Federal, essas facções estão se utilizando da compra de postos de combustíveis que já encerraram as atividades e os reativando como bandeira branca para para realizar a operação. Eles também são identificados com balões coloridos, como aqueles utilizados nas festas infantis, que são pendurados na frente do estabelecimento com a finalidade de evitarem fiscalizações e assaltos.
- Vejo com muita preocupação o atentado que a economia do Rio de Janeiro vem sofrendo com o avanço do crime organizado no setor de combustíveis. Tenho continuamente alertado o secretário de Fazenda do Rio e as autoridades em Brasília sobre a grave crise que vem se abatendo nesse setor. Informações da Polícia Federal dão conta de que mais de mil postos, sendo 30 localizados aqui no Rio, já estão sob o controle da facção criminosa PCC que os utilizam para lavagem de dinheiro e assim expandirem seus tentáculos pelo país - disse.
Julio destacou também que o combate e operações que o governo de São Paulo realizou no ano passado em relação a venda ilegal de combustíveis, provocou um prejuízo de cerca de R$ 8 bilhões ao crime organizado naquele estado. Ele lembra ainda que de acordo com informações do Instituto Combustível Legal (ICL), cerca de 1100 postos já estariam sob o controle de facções como o PCC. Outros grupos como o Comando Vermelho, também já estariam se organizando para atuarem no mercado de combustíveis não só com a compra de postos, como também investindo em distribuidoras, usinas e até na produção de seu próprio combustível, se utilizando para isso de laranjas e prejudicando imensamente o setor legalizado, setor esse que mais arrecada em tributos estaduais e federais, gerando uma perda para o país de cerca de R$ 14 bilhões em sonegação.
- Para se ter uma ideia, em 2023 o Brasil vendeu 129,7 bilhões de litros desses combustíveis, gerando um aumento de 4,8% em relação a 2022. Mas infelizmente com as adulterações o rombo foi de R$ 19 bilhões; sendo que Rio de Janeiro, Pernambuco, São Paulo, Paraná e Bahia, são os estados onde essas facções mais atuam – explicou.
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