Um marca-passo menor que um grão de arroz e que se dissolve depois de seu dever cumprido? Sim, teremos!

Um marca-passo menor que um grão de arroz e que se dissolve depois de seu dever cumprido? Sim, teremos!

Até parece que é algo de um dos episódios da antiga série de TV, Jornada nas estrelas (Star Trek), mas é bem real e foi projetado por pesquisadores da universidade Northwestern, EUA. Idealizado pensando no tratamento de complicações cardíacas em recém-nascidos e com o intuito de diminuir as infecções decorrentes das intervenções cirúrgicas para colocação de marca-passo temporário, um mini marca-passo, menor que um grão de arroz, funciona com luz infravermelho e não tem necessidade de carregamento. Ele pode ser injetado no corpo com uma agulha e depois ele simplesmente se dissolve. No trabalho publicado na Nature em 2 de abril, os autores descrevem o dispositivo.

Um marca-passo tradicional, mesmo que temporário precisa ser instalado e removido cirurgicamente. Eles consistem em eletrodos conectados a uma bateria externa que fornece um pulso para controlar o ritmo cardíaco. No caso do mini marca-passo descrito na Nature, ele próprio funciona como um tipo simples de bateria de célula galvânica, onde dois eletrodos, feitos de combinações de magnésio, zinco e molibdênio, reagem com os eletrólitos naturais dos fluidos corporais para produzir corrente elétrica. Para controlar o marca-passo, ele é pareado com um adesivo macio e flexível aderido à pele logo acima do coração. Quando os sensores do adesivo detectam um batimento cardíaco irregular, o adesivo emite uma luz no comprimento de onda infravermelho que controla o dispositivo e corrige o ritmo cardíaco. O dispositivo pode funcionar desde alguns dias até três semanas, dependendo da escolha dos eletrodos presentes no marca-passo.

A miniaturização extrema e o sistema elegante de controle do mini marca-passo são os pontos mais fortes do dispositivo que foi testado em animais e está pronto para entrar na fase de testes clínicos, aguardando a aprovação do Food and Drug Administration (FDA) para iniciar os testes clínicos. O maior desafio para os testes clínicos é selecionar os materiais adequados para não perder a funcionabilidade do equipamento e para que quando ele se degrade seja seguro sem que seja desencadeada reações imunológicas, como por exemplo, inflamação.

Profª. Drª. Adriana Pedrenho

Departamento de Ciências Fisiológicas, UFRRJ

Idealizadora da Nave Química Fisiológica

Por Ultima Hora em 11/04/2025
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