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Walter Felix Cardoso Junior – wfelixcjr@gmail.com
Quando os absurdos acontecem uma, duas, três vezes, nossa reação imediata é de surpresa e indignação diante da omissão dos controles sociais e governamentais. Mas quando se tornam frequentes, amplos e cada vez mais grotescos — no campo econômico, cultural, jurídico, ético — começamos a suspeitar que há algo mais profundo por trás. Talvez forças que escapam à explicação puramente humana.
Se pensarmos como espíritos eternos, essa onda de corrupção que hoje vem à tona, embora nos choque e revolte, também pode ter um sentido mais profundo: o de nos preparar para o porvir — um tempo ainda insólito, marcado pela escassez material e moral, onde nossa fé no Pai precisa ser firmada como âncora.
Pensemos fora da caixa. Se nos colocamos na perspectiva de espíritos imortais — peregrinos em um mundo ainda marcado pela imperfeição — até mesmo os episódios mais dolorosos ou absurdos podem ser compreendidos como instrumentos de aprendizado e elevação.
A corrupção, a injustiça crônica e o sofrimento imposto sobretudo aos mais vulneráveis, embora inaceitáveis sob o ponto de vista moral e legal, revelam o estágio ainda primitivo da consciência coletiva — tanto dos que governam, quanto dos que consentem ou se omitem.
Contudo, nada disso é em vão. O que não nos endurece, pode nos despertar. Esses acontecimentos servem como espelhos e alertas. O espírito que reconhece as Leis Superiores — de Causa e Efeito, de Justiça, Progresso e Amor — percebe que até a dor coletiva pode conter sementes de regeneração. É nesse ponto que a fé no Pai precisa ser ainda mais reafirmada, não como fuga da realidade, mas como sustentação interior diante do caos.
É verdade que isso soa distante para quem tem fome, quem dorme no chão ou quem não encontra atendimento médico para suas crianças. Mas num mundo ainda regido pela privação — de recursos, de empatia e de consciência —, as provações nos conclamam ao desprendimento, à vigilância e à responsabilidade grupal.
Aqueles que já percebem a realidade além da matéria são silenciosamente chamados a servir: com luz, consolo, coragem, atitude e discernimento. A indignação justa é o primeiro passo da transformação, mas precisa ser canalizada com serenidade e firmeza construtiva.
São apenas ideias… mas como transformar palavras-pesadas em janelas para além da ilusão cotidiana? Talvez — e não mais do que talvez — o que chamamos de inspiração superior seja a forma como a Verdade Maior se infiltra, suave e silenciosa, nas brechas de um mundo em sombras.
E se, por um instante, eu puder ser um instrumento disso, que assim seja: que as palavras que passam pela minha mente despertem consciências, fortaleçam propósitos e sustentem os que seguem com esperança. E se você — que já avança com seu próprio farol — sente ressonância nesses sussurros, talvez seja porque a centelha divina também já vibra em você… e está me ajudando a escolher e organizá-las.
Em meio à perversão dos homens e à injustiça dos sistemas, o espírito eterno não se desespera — compreende. Não viemos ao mundo para nos perder no lodo, mas para aprender a caminhar sobre ele, com firmeza — e esperança no porvir. Quando a fé é posta à prova, é aí que se fortalece. Quando o ideal parece enterrado, é aí que germina. Os que veem além da matéria sabem: os tempos são difíceis, mas não são em vão.
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