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O número, apresentado pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), contrasta com estudos que indicam um público muito menor. O deputado quer a convocação do Secretário Estadual da Polícia Militar para esclarecimentos na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e encaminhou denúncia ao Ministério Público (MP).
No ofício, o parlamentar destaca que a Universidade de São Paulo (USP), utilizando drones e inteligência artificial, calculou em aproximadamente 18.300 o número de manifestantes. Já a estimativa do site Poder360 apontou 26 mil presentes. Ou seja, os dados científicos indicam uma quantidade de público até 22 vezes menor do que a alegada pela Polícia Militar. “É dever do poder público agir com transparência e responsabilidade, não espalhar desinformação. A instituição PMERJ precisa ser respeitada e preservada, o governador não pode utilizá-la como ferramenta política”, afirma Yuri Moura.
Outro ponto levantado no documento é o fato de a PMERJ não ter o costume de divulgar estimativas de público em eventos. Para Yuri Moura, o fato de a corporação ter escolhido essa manifestação específica para fazer a publicação levanta suspeitas sobre o caráter político da decisão. “Por que a Polícia Militar do Rio de Janeiro resolveu, logo agora, divulgar números de manifestação? Quem dentro da corporação tomou essa decisão? Quem autorizou ou ordenou? Isso precisa ser explicado”, questiona o deputado.
Yuri cobra que a PMERJ esclareça formalmente a origem dos números divulgados, a metodologia utilizada para calcular o público e quais instâncias administrativas foram consultadas antes da publicação. Além disso, pede uma justificativa para a discrepância entre os dados oficiais e os estudos independentes.
A manifestação do dia 16 foi organizada por Jair Bolsonaro para pressionar o Congresso pela anistia dos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente invadiram e depredaram a Praça dos Três Poderes, em Brasília. O evento contou com a presença de diversas figuras da extrema-direita, incluindo o governador Cláudio Castro (PL).
Até o momento, a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro não se manifestou sobre os questionamentos feitos pelo deputado Yuri Moura.
Por Maicon Salles
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