Guerra Civil no PT: Racha da CNB ameaça Unidade Partidária e 'prefeitinho' Quaquá pode ocupar 30% de toda Direção Nacional

A disputa pela presidência do Partido dos Trabalhadores expõe fissuras profundas e pode levar a uma inédita reconfiguração de poder.

Guerra Civil no PT: Racha da CNB ameaça Unidade Partidária e 'prefeitinho' Quaquá pode ocupar 30% de toda Direção Nacional

No cenário político nacional, o Partido dos Trabalhadores (PT) se encontra em uma encruzilhada. A proximidade da eleição interna para a presidência do partido, agendada para julho, tem acirrado os ânimos e escancarado divergências que podem culminar em um racha na corrente majoritária, a CNB (Construindo um Novo Brasil).

A disputa centraliza-se na figura de Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP), nome preferido do presidente Lula e de importantes lideranças como os ministros Fernando Haddad e Alexandre Padilha. No entanto, a candidatura de Edinho enfrenta forte resistência dentro da própria CNB.

O grupo opositor, liderado pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães, pelo deputado federal Jilmar Tatto, pela tesoureira do partido, Gleide Andrade, e pelo prefeito de Maricá, Washington Quaquá, cogita lançar um nome alternativo, consolidando a divisão interna. O senador Humberto Costa (PE) é um nome cotado para desafiar Edinho Silva.

A raiz da discórdia reside em uma recente mudança estatutária aprovada pelo diretório nacional, que permite a reeleição de membros da Executiva que já exerceram mais de três mandatos consecutivos. Essa manobra foi interpretada como uma forma de pressão para manter Gleide Andrade e outros aliados na direção do partido, o que Edinho Silva não estaria disposto a aceitar.

Diante desse cenário de incertezas, alguns analistas políticos aventam a possibilidade de um nome de consenso, bancado pelo próprio Lula, como forma de evitar uma divisão traumática. No entanto, essa hipótese ainda é considerada remota.

As próximas semanas serão decisivas para o futuro do PT. A capacidade de diálogo e articulação das diferentes correntes internas será fundamental para evitar um racha que poderia comprometer a unidade e a força do partido no cenário político nacional.

A CNB em Números: Radiografia da Corrente Dominante

Para entender a dimensão do possível racha, é crucial analisar a representatividade da CNB (Construindo um Novo Brasil) dentro do PT. A corrente, que moldou a política interna do partido nas últimas duas décadas, detém atualmente pouco menos de 50% do diretório nacional.

Esse número, embora expressivo, não garante a hegemonia da CNB em todas as instâncias do partido. A distribuição de forças pode variar em diferentes estados e municípios, o que torna a disputa pela presidência ainda mais imprevisível.

Além disso, é importante ressaltar que a CNB não é um bloco monolítico. Dentro da corrente, existem diferentes tendências e grupos que defendem visões distintas sobre o futuro do PT. Essas divergências internas podem ser exploradas por outras correntes e lideranças, o que aumenta a complexidade do cenário político.

O Legado da CNB: Moderação e Pragmatismo em Xeque

A CNB, surgida durante o primeiro governo Lula, sempre defendeu uma linha política moderada e pragmática, buscando o diálogo com diferentes setores da sociedade e a construção de alianças amplas. Essa estratégia contribuiu para a consolidação do PT como uma força política relevante no cenário nacional.

No entanto, essa postura também gerou críticas internas, especialmente por parte de setores mais à esquerda do partido, que defendem uma linha política mais radical e um maior distanciamento das elites econômicas.

A eleição para a presidência do PT pode ser um momento de reavaliação desse legado. A depender do resultado, o partido pode optar por manter a linha moderada e pragmática defendida pela CNB ou buscar um novo rumo, com maior ênfase em pautas sociais e em um discurso mais crítico ao sistema capitalista.

O Fator Lula: Unanimidade em Meio à Tempestade

Em meio às turbulências internas, o nome de Lula surge como um ponto de convergência e unanimidade dentro do PT. Sua liderança carismática e sua trajetória política são reconhecidas por todas as correntes e lideranças do partido.

No entanto, mesmo com sua forte influência, Lula não tem conseguido evitar as disputas internas e o acirramento dos ânimos. A escolha de Edinho Silva como seu candidato preferencial não foi suficiente para pacificar o partido, o que demonstra a complexidade do cenário político e a dificuldade de impor uma solução de cima para baixo.

A atuação de Lula nos próximos meses será crucial para o futuro do PT. Sua capacidade de diálogo e articulação será fundamental para evitar um racha traumático e para construir um consenso em torno de um projeto político que una as diferentes correntes internas.

Cenários Possíveis:

Vitória de Edinho Silva: Consolidação da linha moderada e pragmática, com manutenção do legado da CNB.

Vitória de Humberto Costa ou outro nome da oposição: Mudança de rumo, com maior ênfase em pautas sociais e em um discurso mais crítico ao sistema capitalista.

Surgimento de um nome de consenso: Busca por um equilíbrio entre as diferentes correntes, com um projeto político que contemple as demandas de todos os setores do partido.

Racha: Divisão formal do partido, com a criação de novas legendas e a reconfiguração do cenário político nacional.

Implicações para o Governo Lula:

A crise interna no PT pode ter reflexos no governo Lula. Um partido dividido e enfraquecido pode ter dificuldades para aprovar projetos importantes no Congresso Nacional e para mobilizar a base social em defesa das políticas governamentais.

Além disso, a disputa pelo poder dentro do PT pode gerar tensões e desconfianças entre os diferentes ministérios e órgãos do governo, o que pode comprometer a eficiência da gestão pública.

Diante desse cenário, Lula terá que redobrar seus esforços para manter a unidade do governo e garantir a governabilidade do país. A busca por um consenso dentro do PT é fundamental para o sucesso do seu projeto político e para a consolidação de um Brasil mais justo e igualitário.

O Que Esperar do Futuro?

O futuro do PT é incerto e depende de uma série de fatores, incluindo a capacidade de diálogo e articulação das diferentes correntes internas, a atuação de Lula como mediador e a conjuntura política e econômica do país.

Uma coisa é certa: o partido não será o mesmo após essa eleição interna. A depender do resultado, o PT pode se fortalecer e se renovar ou se enfraquecer e se dividir, com consequências imprevisíveis para o cenário político nacional.

PT do Rio, impulsionado com o poder político, parafraseando o Ex-Senador Mão Santa  o 'prefeitinho' Quaquá e seu orçamento bilionária, da qual em conversa com Presidente Lula, Paes fez a cidade ficar conhecida nacionalmente afirmando " O senhor é uma alma de pobre. Eu, todo mundo que fala aqui no meio, eu falo o seguinte: imagina se fosse aqui no Rio esse sítio dele, não é em Petrópolis, não é em Itaipava. É como se fosse em Maricá. É uma merda de lugar p****!", surpreende com maior número de filiação do Brasil, devendo passar a ocupar 30% das vagas do Diretório Nacional mesmo tendo apenas 4 deputados do PT do Rio exercendo mandato, Benedita da SilvaDimas GadelhaLindbergh Farias e Reimont, diante de cerca de 70 deputados do partido no Brasil.

No estado do Rio de Janeiro, tradicionalmente não considerado um reduto petista considerando que administra somente 4 prefeituras das 92 do Estado e cujo índice de popularidade de Bolsonaro é o maior do país, registrou um aumento extraordinário de 82 mil novos filiados, superando até mesmo São Paulo, berço histórico do partido, vejamos os números antes e depois da campanha de filiação de Quaquá:

ITAGUAÍ (RJ), de 1.240 para 2.254, acréscimo de 1.014.

PETRÓPOLIS (RJ), de 2.155 para 3.455, acréscimo de 1.305.

JAPERI (RJ), de 2.355 para 4.480, acréscimo de 2.125.

SÃO JOÃO DE MERITI (RJ), de 7.268 para 9.598, acréscimo de 2.331.

ITABORAÍ (RJ), de 2.671 para 5.010, acréscimo de 2.339.

MESQUITA (RJ), de 3.641 para 6.456, acréscimo de 2.815.

NOVA IGUAÇU (RJ), de 15.520 para 18.511, acréscimo de 2.992.

DUQUE DE CAXIAS (RJ),de 10.366 para 14.038, acréscimo de 3.672.

NITERÓI (RJ), de 18.692 para 24.658, acréscimo de 5.968.

BELFORD ROXO (RJ), de 5.101 para 11.904, acréscimo de 6.804.

MARICÁ (RJ), de 8.521 para 18.062, acréscimo de 9.541.

SÃO GONÇALO (RJ), de 18.825 para 29.490, acréscimo de 10.670.

RIO DE JANEIRO (RJ), de 85.275 para 107.941, acréscimo de 22.666.

Para acompanhar de perto os desdobramentos dessa história, fique atento às próximas notícias e análises sobre o tema. O futuro do PT está em jogo!

Por Ralph Lichotti - Ex-Presidente PT de Itaperuna e Ex-membro do Diretório Estadual do PT-RJ e Ex-Presidente do Setorial Nacional de Segurança Alimentar do PT Nacional

Por Ultima Hora em 13/03/2025
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