Juliana Felippe revela como a Transfero está revolucionando finanças globais com blockchain

Transfero apresenta no Web Summit Rio tecnologia que permite movimentação internacional de valores com maior eficiência e transparência

Em um cenário onde as fronteiras entre as finanças tradicionais e o mundo digital se tornam cada vez mais tênues, a Transfero, empresa de origem brasileira com atuação global, destaca-se como uma das pioneiras em soluções financeiras baseadas em blockchain. Durante o Web Summit Rio 2025, um dos maiores eventos de tecnologia do mundo, o Jornal da República conversou com Juliana Felippe, executiva da companhia, que detalhou como a empresa está transformando a movimentação internacional de valores através de tecnologias disruptivas. "A Transfero é uma empresa brasileira, mas ela é regulada em diversos países e ela constrói soluções financeiras com tecnologia blockchain", explicou a executiva, posicionando a iniciativa nacional no cenário de vanguarda das finanças digitais mundiais.

"A gente pensa em trading, movimento de dinheiro entre países. A gente emite stablecoins, que são ativos digitais pareados com moedas fiduciárias", detalhou Juliana, apresentando um dos principais produtos da empresa, que permite aos usuários manterem valores digitais com a estabilidade das moedas tradicionais. Entre as stablecoins emitidas pela empresa está o BRZ, pareado com o real brasileiro, oferecendo uma solução para brasileiros que desejam acessar o ecossistema descentralizado de finanças (DeFi) mantendo valores referenciados na moeda nacional. Esta abordagem resolve um dos principais desafios do mercado cripto tradicional - a volatilidade - permitindo que empresas e indivíduos utilizem a tecnologia blockchain para transações cotidianas com maior previsibilidade e segurança.

A executiva esclareceu como a tecnologia blockchain revoluciona o movimento internacional de capital: "Hoje se fala muito de ativos digitais. Eles começaram com o cripto e agora existem stablecoins pareadas com ativos reais. Se a gente pensa em como ele te ajuda a mover dinheiro pelo mundo, é uma tecnologia extremamente avançada onde você tem a reserva do dinheiro em paralelo com muita transparência." Este modelo oferece vantagens significativas em comparação aos sistemas bancários tradicionais, especialmente em termos de velocidade, custos reduzidos e disponibilidade 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem intermediários adicionais que poderiam aumentar as taxas e o tempo de processamento das transações internacionais.

Com presença regulatória em múltiplos países, a Transfero conseguiu estabelecer uma rede global que facilita a interoperabilidade entre diferentes mercados financeiros. "Hoje nós temos licenças de VASP (Provedores de Serviços de Ativos Virtuais) em Bahamas, Suíça, Brasil, Argentina, Chile. Em outros países, a gente opera com parceiros como a SCO, por exemplo, com STC dolarizadas, mas a gente garante que você consiga transformar uma moeda fiduciária em cripto e cripto em moeda fiduciária em qualquer lugar do mundo", esclareceu Juliana. Esta abordagem multi-jurisdicional permite que a empresa atenda aos requisitos regulatórios locais enquanto oferece serviços globalmente integrados, um desafio significativo no setor financeiro internacional.

Ao refletir sobre a participação da empresa no Web Summit Rio, Juliana destacou a importância do evento para empresas de tecnologia com ambições globais: "Hoje o Web Summit é um evento que foca nas empresas de tecnologia que precisam ser globais para escalar o negócio, e acredito que a gente está criando, olhando para a estrutura financeira, algo que vai ajudar todas as empresas a terem um dinheiro rápido, fácil, e movimentar da forma que eles quiserem com segurança e governança." Para especialistas do setor financeiro, iniciativas como a da Transfero representam uma evolução natural do mercado, onde a tecnologia blockchain começa a transcender o nicho das criptomoedas para oferecer soluções práticas para problemas reais do sistema financeiro tradicional, especialmente em transações internacionais, onde as estruturas atuais ainda são consideradas lentas, caras e burocráticas.

Por Robson Talber @robsontalber repórter  Henrique Pianta @piantahp