Lula traduziu o sentimento mundial

Lula traduziu o sentimento mundial

 

O verbo precisa se materializar 

Muito esperado e bastante aplaudido, o discurso do presidente Lula na abertura da 78a. Assembleia-Geral da ONU nesta terça-feira, 19, afagou o ego, o sentimento, os pensamentos e a vontade de fazer diferente de todos os chefes das nações presentes ao grande evento, até mesmo do sisudo Volodymyr Zelensky, que escutava a fala de Lula sem emitir qualquer expressão. O discurso foi impecável e mostra a inteligência, o conhecimento e o domínio dos fatos da diplomacia brasileira aliado ao carisma e poder da palavra do presidente. Os pontos foram certeiros, mas se nenhum ato concreto for feito a partir dali, tudo vai ficar apenas nos sons das palavras levadas ao vento.

Desigualdade, a raiz de todos os males

A tônica do discurso do presidente Lula foi uma: o combate à desigualdade, à toda forma desse mal que divide as nações e o responsável pela eterna briga do bem contra o mal. E nisso entra o poderio econômico de muitos países em detrimento de outros, que resulta em guerras, fome, doenças, desastres climáticos, analfabetismo, desemprego, tristeza social. Mas, mas do que um discurso exemplar que envergonhe com o poder dessas palavras o mais cínico dos governantes, é preciso agir e tornar concreto os alertas que têm sido dados anos a fio, sob pena de quando chegar 2030, que já bate à porta, ser tarde demais.

Projeto maior

A minirreforma eleitoral aprovada na Câmara dos Deputados e que aguarda tramitação no Senado é, na realidade, um pequeno braço de um projeto maior, o que revisa o código eleitoral do país. O projeto de lei complementar tramita no Senado desde o início do ano e está sob a relatoria do senador Marcelo Castro (MDB-PI). E é para Castro que o presidente da casa legislativa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), planejar encaminhar a relatoria do projeto de lei da minirreforma eleitoral.

Nada oficial 

Mas tudo ainda está no campo das palavras. Em conversa com a Coluna, o senador Marcelo Castro disse que pretende conversar com Pacheco, na quinta-feira, 21, quando ele retornar dos Estados Unidos, para esclarecer a questão da relatoria. Castro ressalta que, se o projeto da minirreforma for apensado ao que revisa o código eleitoral "dificilmente dará tempo" de ser aprovado em tempo recorde para vigorar nas eleições municipais do próximo ano."Não sendo apensado, fica mais fácil", disse o senador se referindo a uma rápida tramitação da matéria. Para Pacheco, o que vai prevalecer é a segurança jurídica e não a pressa pela aprovação dessas mudanças.

Julgamento virtual 

O STF retoma, na próxima terça-feira, 26, o julgamento dos réus do 8 de janeiro, mas o fará no plenário virtual. O pedido do relator das ações, o ministro Alexandre de Moraes, foi autorizado pela presidente da corte, ministra Rosa Weber. O primeiro a ser julgado nessa modalidade vai ser o 4° réu, Moacir José dos Santos. A medida indignou a Ordem dos Advogados do Brasil e a defesa dos réus.

Individualização do crime

O julgamento e a sentença aplicada aos três primeiros réus condenados na semana passada no STF causou muitas interpretações e posicionamentos diversos no meio jurídico. Para o criminalista Lino Chíxaro, houve alguns erros neste julgamento e o maior deles foi a tese do crime de multidão e não a individualização do crime. "Foi um julgamento apressado para dar uma resposta em defesa da democracia. Não se individualizou as condutas da forma que deveria ser", acrescentou.

Cartas marcadas no Itamaraty 

Ainda neste mês de setembro o Itamaraty deve formalizar a promoção, por antiguidade, de ministros de 2a. Classe do quadro especial, segundo apuração da Coluna. A lógica é seguir uma ordem na lista de ministros mais antigos e os que já exerceram o cargo de embaixador têm vantagem. Mas na prática isso não tem acontecido e tem criado revolta interna por quem se sente alijado do processo. A Coluna apura denúncia de que, inclusive, já há cartas marcadas e escolhidas para a promoção que se avizinha. O ato será apenas proforma.

Mais uma CPI

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) conseguiu o aval do presidente Rodrigo Pacheco e as assinaturas necessárias para instalar uma investigação parlamentar sobre a atuação da petroquímica Braskem em Maceió, Alagoas, seu Estado Natal. De acordo com o requerimento de Calheiros, a empresa é apontada como responsável pelo afundamento e destruição de 15 bairros em Maceió, prejudicando diretamente 200 mil pessoas.

Por Coluna Valéria Costa em 19/09/2023
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