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Espetáculo que há dez anos emociona plateias ao resgatar a história de importante figura do abolicionismo do país, “Luiz Gama — Uma voz pela liberdade” está de volta à cena carioca. Desta vez, em sessões gratuitas promovidas pelo Centro Cultural do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro (CCPJ-RJ), onde estreou na última terça-feira (6 de maio).
Com direção de Ricardo Torres e atuação de Deo Garcez e Soraia Arnoni, a peça pode ser assistida sempre às terças e quartas-feiras, até o 21 de maio, a partir das 18h30, na Sala Multiuso do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. A montagem é baseada na vida e obra de Luiz Gama que, nascido de mãe negra livre e pai branco, foi vendido aos 10 anos pelo pai. Aos 17, aprendeu a ler e a escrever e, em quatro anos, como autodidata, tornou-se profundo conhecedor dos códigos jurídicos. Sem formação acadêmica, conquistou a própria carta de alforria, libertando, em seguida, mais de 700 escravizados ilegalmente. Tudo numa época anterior à Lei Áurea (mas após a proibição do tráfico de negros).
“O espetáculo Luiz Gama é um instrumento de luta antirracista. Ele conta uma história intencionalmente apagada pela historiografia oficial brasileira, dos livros didáticos. E a gente recupera através do teatro. O espetáculo tem esse papel educativo, de recuperação histórica”, afirma o ator Deo Garcez, que interpreta o personagem que dá título à peça.
Já a atriz Soraia Arnoni chama a atenção para a importância de a apresentação ocorrer no TJRJ.
“Luiz Gama não frequentou universidade, não teve acesso à educação formal, se educou sozinho. Toda vez que a gente pisa num espaço, que é um prédio do Judiciário, penso que é devolver o Luiz Gama para um lugar que é dele por direito”, diz a atriz.
A montagem é uma das muitas que o CCPJ-RJ pretende apresentar ao longo deste ano. Todas, segundo a presidente do Centro Cultural, desembargadora Cristina Tereza Gaulia, com íntima ligação com a questão da justiça. “‘Luiz Gama - Uma voz pela Liberdade’ é inegavelmente uma das grandes peças que relacionam o trabalho do advogado, os direitos humanos e a questão da justiça. E daí essa necessidade de trazermos a peça para dentro do nosso CCPJ. E o que a gente tem percebido é que os atores e as atrizes gostam de estar aqui”, disse.
A desembargadora Cristina Gaulia, presidente do CCPJ-RJ (ao centro), entre os atores Deo Garcez e Soraia Arnoni
Entre os espetáculos previstos para entrar em cartaz estão “Moria”, do diretor Moacyr Góes, em julho; “Lady Tempestade”, monólogo com a atriz Andrea Beltrão, em agosto; e as peças “Absolvição” e “Donatello”. Além da realização de leituras dramatizadas, lançamento de livros e o projeto musical Nota Justa, com o Prata da Casa.
A Sala Multiuso fica no Prédio Desembargador Caetano Pinto de Miranda Montenegro, na Rua Dom Manuel, 29, no Centro do Rio de Janeiro. Para assistir às montagens os interessadas poderão se inscrever pelo link: https://www.sympla.com.br/produtor/ccpjrj
Fotos: Felipe Cavalcanti/TJRJ
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