Roberto Ardenghy destaca importância do setor para economia fluminense durante seminário com presença do governador Cláudio Castro

Rio é responsável por 87% da produção de petróleo nacional, revela presidente do IBP

O Campo de Golfe Olímpico sediou nesta quinta-feira, 10 de abril, o seminário "A força do petróleo do Rio de Janeiro: Um gigante energético", que reuniu autoridades e especialistas do setor para discutir o papel estratégico do estado na produção energética brasileira. Em entrevista exclusiva ao Jornal da República, Roberto Ardenghy, presidente e CEO do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), revelou números impressionantes sobre a contribuição fluminense para a economia nacional: "O setor de petróleo e gás é a grande locomotiva do desenvolvimento econômico do estado do Rio de Janeiro. O Rio concentra 87% da produção de petróleo no Brasil".

A dimensão internacional dessa produção também foi destacada por Ardenghy, que enfatizou o impacto nas relações comerciais com uma das maiores potências mundiais. "Eu sempre digo: o estado do Rio de Janeiro é o maior exportador para a China, porque o petróleo é o grande produto hoje comprado pela China do Brasil. No ano passado, o petróleo foi o primeiro produto exportado pelo Brasil em todos os mercados, e o Rio de Janeiro é exatamente esse estado onde tem essa indústria", explicou o presidente do IBP, evidenciando a relevância estratégica do setor para a balança comercial brasileira.

Apesar do protagonismo, Ardenghy apontou desafios cruciais para a manutenção dessa posição de liderança. "Nós temos que continuar encontrando petróleo nas bacias sedimentares aqui do Rio, então é a bacia de Santos e a bacia de Campos", afirmou. Porém, o executivo destacou que a principal preocupação atual está relacionada à formação e retenção de profissionais qualificados: "Nós temos hoje uma necessidade de mão de obra muito crítica. Cada vez mais estamos procurando um profissional habilitado, que fale inglês, que seja treinado na questão digital, em todo o conhecimento da inteligência artificial, e um profissional que seja treinado em sustentabilidade".

A questão da nacionalização dos empregos gerados pelo setor foi enfatizada como prioridade. "O que a gente não pode permitir é que esses empregos sejam preenchidos por gente de fora do Rio de Janeiro ou, pior, de fora do Brasil, como outros países do mundo. Você vai, por exemplo, ao Oriente Médio: 80% da força de trabalho no Oriente Médio é estrangeira. Então esse é o desafio", alertou Ardenghy, demonstrando preocupação com a necessidade de investir na formação de profissionais locais para ocupar posições estratégicas na indústria.

Durante a entrevista, o presidente também destacou a representatividade e a longevidade do IBP no cenário energético nacional. "O instituto foi criado há 68 anos. Somos a entidade que representa o setor de óleo e gás a nível nacional. Nós temos cerca de 220 empresas associadas, então todas as empresas de petróleo estão representadas no IBP. A gente hoje representa 98% da produção de petróleo do Brasil", afirmou Ardenghy, acrescentando que a atuação do instituto se estende também às refinarias, empresas de logística e distribuidoras de combustíveis, que fornecem produtos essenciais como diesel, gasolina, biodiesel e etanol para todo o país, demonstrando a "enorme responsabilidade" do setor na garantia do abastecimento nacional.

Por Robson Talber @robsontalber repórter  Oscar Muller  @oscarmulleroficial

Por Ultima Hora em 11/04/2025
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